Assim como o trabalho que vem apresentando em sua tira diária no jornal,Muchacha tem inúmeras chaves de leitura. Pode-se explorar suas páginas em busca da resolução do suspense da própria trama. Pode-se buscar o humor que, se não tão óbvio quanto nos antigos personagens do autor - os gatos, o Capitão, o zelador etc. -, firma-se mais no campo das insinuações e alusões, alçando o livro a algo muito além de uma simples paródia.
Mas as aventuras do Capitão Tigre, de Sulfana e de Milhafre - e de Lairo, Djalma, Cabayba - são também um riquíssimo jogo sobre a própria natureza das histórias em quadrinhos e, por que não, sobre como contar uma história. Quebrando constantemente a expectativa do leitor, Laerte transita entre ficção e realidade, entre drama e humor. Mas faz isso não para postular sobre os limites da narrativa ou alguma teoria do tipo, mas para abrir novas trilhas e percorrer novos caminhos na linguagem das HQs.
Combinando suspense, romance, memória e política, Muchacha vem para confirmar o papel de Laerte como um dos grandes artistas brasileiros em atividade.
Ao fim do livro, Rafael Coutinho - coautor do romance-gráfico Cachalote e filho de Laerte - ilustra uma aventura de oito páginas do Capitão Tigre. Maiores informações: www.companhiadasletras.com.br. EMT - Release
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Lançamento - Muchacha - Laerte
Série publicada originalmente na Folha de S.Paulo, Muchacha é, nas palavras do autor, o primeiro "graphic-folhetim" de sua carreira. Tendo como mote os bastidores de um programa de tevê, Laerte, ao mesmo tempo que cria uma elaborada - e divertida - revisão dos seriados de aventura da década de 1950, também faz uma espécie de resgate afetivo de suas memórias de infância.
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