Narrado em tempo presente e com linguagem fluida, quase cinematográfica, o livro propõe uma leitura que é, ao mesmo tempo, social, filosófica e emocional
Como atravessar cinco décadas de transformações políticas, sociais e tecnológicas sem perder a própria essência? Essa é a pergunta que atravessa a obra “ A Maldição do Filho Único” , romance do autor Marcio Freitas, recém-lançado pela editora Illuminare.
A obra acompanha a trajetória de Biro, um jovem cigano de Pixaxá, prometido como rei, mas que abandona as tradições para escrever seu próprio destino, marcado por contradições, escolhas difíceis e a ansiedade de quem busca liberdade e acaba preso nas engrenagens do mundo que combate. Ao longo das páginas, as mulheres têm papel essencial. Não apareça como coadjuvantes, mas como faróis que guiam ou desafiam Biro em momentos-chave de sua travessia.
A narrativa mistura realidade e imaginação, conduzindo o leitor pelos bastidores do Brasil recente, seja pelas músicas, pela questão ambiental, a redemocratização ao Plano Real, a ascensão e queda das mídias tradicionais até à hiperconectividade que molda o comportamento contemporâneo.
Biro começa como um poeta rebelde, escrevendo versos contra as indústrias que devastavam o rio onde foi batizado a natureza de sua terra natal. Com o tempo, faminto e sem perspectivas, vagando por outras terras, troca a poesia pela retórica corporativa. Torna-se executivo, depois empresário, defende justamente aquilo que antes atacava. Descobre que o poder e o dinheiro, embora sedutores, não bastam para silenciar a ansiedade que o corroi.
O romance percorre as mudanças na comunicação social, das cartas à máquina de escrever, do fax ao computador, do jornal impresso à morte das bancas de revista, do jornalismo à inteligência artificial — e revela como essas transformações impactaram o trabalho, as relações humanas e o próprio sentido da vida em sociedade. Biro é, antes de tudo, um personagem ansioso, inquieto, que representa milhões de pessoas que buscam sucesso, reconhecimento e liberdade, mas se perdem nas armadilhas do excesso e da solidão. A exceção é que sua origem cigana parece pesar quando ele fica de frente para o espelho e encara sua consciência.
Narrado em tempo presente e com linguagem fluida, quase cinematográfica, o livro propõe uma leitura que é, ao mesmo tempo, social, filosófica e emocional. Não fala apenas de uma pessoa, mas de uma geração que precisa reaprender a sonhar sem se tornar refém da própria ambição.
“A Maldição do Filho Único” é uma história sobre escolhas e sobre aquilo que insistimos em nos escolher, mesmo quando tentamos escapar.
SERVIÇO
Autor: Marcio Freitas
Editora: Illuminare
Edição: 1ª edição / 2025
Formato: 15,5 x 23 cm
Número de páginas: 159 páginas
Idioma: Português
Preço: Versões impressa ( R$ 65 ) e digital ( R$ 31 )
Venda: Disponível na Amazon
ISBN: 9786560400887
Sobre o autor
Marcio Freitas é jornalista, relações públicas, poeta e consultor em comunicação e sustentabilidade. Desde Opus 666 (1995, Editora Paulista), seu primeiro livro, explora as contradições sociais com sensibilidade afetiva e inquietação filosófica. Também é autor de Para Onde o Rio Nos Leva (2022, Ases da Literatura) e de contos e poemas publicados em coletâneas.
Com A Maldição do Filho Único , entrega sua obra mais ambiciosa: resultado de pesquisa, vivência jornalística e uma escuta atenta aos silêncios da sociedade. Uma travessia intensa sobre o mundo do trabalho, a solidão do sucesso, o peso das decisões e o poder invisível das emoções não resolvidas.
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