sábado, 18 de outubro de 2025

Mostra exibe Queen Kelly e promove debate sobre a restauração do filme com o arquivista norte-americano Dennis Doros

 

Outros nove títulos restaurados, entre nacionais e estrangeiros, integram a seleção desta 49ª edição do festival, que dedica parte da programação à memória e à preservação do cinema


 

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Sempre atenta às discussões sobre memória e preservação do cinema, a Mostra dedica parte da programação a obras restauradas, títulos raros, novas cópias de clássicos e filmes "perdidos" a serem redescobertos.

Um desses casos é Queen Kelly (1929), cuja reconstrução chega à 49ª Mostra após estrear no Festival de Veneza. O arquivista Dennis Doros, responsável pela reconstituição, está no festival e participa de uma mesa sobre o processo do restauro neste domingo (19), depois da exibição da produção, que será apresentada às 20h45, na Sala Grande Otelo da Cinemateca Brasileira. A participação no debate está vinculada ao ingresso para a sessão.
 

Filme mítico, e com diferentes versões após uma conturbada produção, o título dirigido por Erich von Stroheim, estrelado por Gloria Swanson, sofreu com os cortes do estúdio e a intervenção da própria Swanson, em um momento de transição para o cinema falado, transformando Queen Kelly em um fragmento que entraria para a história de Hollywood. Doros conta que o resultado dessa versão de é uma "reimaginação" da concepção original de Stroheim. A reconstrução se baseia na descoberta de materiais, na recuperação de originais em nitrato e ferramentas digitais utilizadas em restaurações.
 

49ª Mostra exibe também uma cópia maior do indiano Sholay (1975), de Ramesh Sippy, que completa 50 anos; o português Aniki-Bóbó (1942), de Manoel de Oliveira; e o argelino Crônica dos Anos de Fogo (1975), de Mohammed Lakhdar-Hamina, que faleceu em maio de 2025 — pelo filme que estreou há cinco décadas, ele foi o primeiro cineasta árabe-africano a receber a Palma de Ouro do Festival de Cannes.
 

O japonês Chuva Negra (1989), de Shohei Imamura, que faz parte da efeméride dos 80 anos das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, integra a programação com uma nova cópia. Em memória ao evento trágico, a Mostra vai passar ainda Alma Errante – Hibakusha (2025). Uma sessão dupla ocorre no Sato Cinema neste domingo (19), às 19h. A exibição será seguida de uma apresentação da música Rosa de Hiroshima (baseada no poema de 1946 do escritor Vinicius de Moraes), interpretada por Mariana de Moraes, filha de Vinicius, e por Gerson Conrad, do Secos & Molhados, grupo que eternizou a canção.
 

Cinema, Aspirinas e Urubus (2005), de Marcelo Gomes, que comemora 21 anos da primeira exibição do filme na Mostra, onde recebeu os prêmios do júri, de melhor ator, para João Miguel, e da crítica de melhor filme brasileiro, terá a sua versão restaurada exibida.
 

O cinema brasileiro também está representado com as restaurações de Lua Cambará – Nas Escadarias do Palácio (2002), de Rosemberg Cariry, Tônica Dominante (2001), de Lina Chamie, e Um Céu de Estrelas (1995), de Tata Amaral, que completa três décadas.

Além disso, a nova cópia digital de Garota de Ipanema (1967), de Leon Hirszman, confeccionada pelo laboratório de imagem e som da Cinemateca Brasileira, também faz parte do programa.


 

PATROCINADORES DA 49ª MOSTRA

Neste ano, a Mostra conta com o patrocínio master da PETROBRAS, patrocínio do ITAÚ e da SPCINE, a parceria do SESC, a colaboração da ANCINE, da EMBRATUR, da NETFLIX e do INSTITUTO GUIMARÃES ROSA e BRITISH COUNCIL, o apoio do PROJETO PARADISO, a promoção da GLOBOFILMES, do CANAL BRASIL, da FOLHA DE S.PAULO, da TV CULTURA, da ARTE 1, da RÁDIO BAND NEWS e da REVISTA PIAUÍ, o apoio técnico da QUANTA, do CULTURA ARTÍSTICA e da CINEMATECA BRASILEIRA, o transporte oficial do METRÔ e da SECRETARIA DOS TRANSPORTES METROPOLITANOS do Governo do Estado de São Paulo. Realização: MINISTÉRIO DA CULTURA e GOVERNO FEDERAL, através da LEI FEDERAL DE INCENTIVO À CULTURA. 

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