quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Nova exposição da Japan House São Paulo apresenta panorama das artes gráficas e ilustrações japonesas contemporâneas


"WAVE - Novas correntes nas artes gráficas japonesas" reúne obras de artistas pioneiros ao lado de jovens em destaque no cenário atual. Parte de um projeto global de itinerância iniciado na Japan House Los Angeles, a exposição segue para a Japan House Londres, após a passagem por São Paulo

Flores desabrocham em espaços vazios (2021), de Awai
Crédito: Cortesia Wave - Japan House São Paulo

 

São Paulo, fevereiro de 2022 – De 22 de fevereiro a 1º de maio, a Japan House São Paulo apresenta obras de 55 ilustradores e artistas gráficos japoneses na mostra “WAVE - Novas correntes nas artes gráficas japonesas”. Gratuita e inédita no Brasil, a exposição traça um panorama dos principais artistas gráficos atuantes no Japão de hoje - muitos ainda desconhecidos no exterior - que produzem obras de diferentes estilos e temas, veiculadas não somente no cenário tradicional das artes, mas também em mangás, animações e peças publicitárias. 

Sob a curadoria dos artistas Kintato Takahashi e Hiro Sugiyama - que também terão seus trabalhos expostos no segundo andar da instituição na Avenida Paulista -, a mostra é baseada na WAVE, realizada anualmente em Tóquio desde 2018, que visa apresentar as obras dos principais nomes atuantes no país. 

A seleção feita para as mostras nas Japan House apresenta o rico e variado trabalho destes artistas, mostrando como suas criações para livros, revistas, animações, pôsteres e outras plataformas se estendem para muito além dos mangás e animes, já conhecidos pelo público brasileiro. Na seleção, artistas consagrados, alguns celebrados por fundar movimentos artísticos, como Teruhiko Yumura (1942), Akira Uno (1934) e Keiichi Tanaami (1936), estão ao lado de jovens promessas como Masanori Ushiki (1981) e Mayu Yukishita (1995). 

Os temas apresentados na exposição variam desde os personagens inspirados no folclore japonês de Ayako Ishiguro (1973), as paisagens de verão brilhantes de Hiroshi Nagai (1947), até os retratos assombrosos de Masaru Shichinohe (1959). 

“A arte gráfica e a ilustração têm uma longa história no Japão e são forças vibrantes na cultura japonesa atual. Embora muitos artistas do pós-guerra tenham sido influenciados pela arte e mídia ocidentais, os artistas gráficos e ilustradores de hoje são inspirados por várias fontes diferentes, incluindo pinturas japonesas tradicionais e xilogravuras ukiyo-e, arte popular, fotografia, arquitetura, fantasia e pop art”, explicam os curadores e artistas Kintaro Takahashi e Hiro Sugiyama. 

A mostra em cartaz na Japan House São Paulo faz parte do projeto global de itinerância da Japan House com passagem pelas três sedes da instituição ao redor do mundo: Los Angeles, São Paulo, e se encerra em Londres. Exclusivamente em São Paulo, a exposição contará com recursos de acessibilidade como audiodescrição, libras e elementos táteis desenvolvidos exclusivamente para 12 das obras apresentadas. A iniciativa é parte do JHSP Acessível, programa com o propósito de criar oportunidades equitativas para que todos realizem uma imersão completa nos conteúdos apresentados na instituição.  

Estilos que influenciam as artes gráficas japonesas contemporâneas 
WAVE apresenta artistas veteranos e as novas promessas que trabalham com diversos estilos. Abaixo, alguns dos mais influentes: 

Mangá/Anime  
A ilustração das histórias em quadrinhos japonesas, conhecidas como mangá, tem raízes profundas em pergaminhos pintados no século XII, livros e impressões de xilogravura pré-modernos e revistas do início do século XX. Após a Segunda Guerra Mundial, por influência dos quadrinhos e desenhos animados estadunidenses, desenvolveu-se um moderno estilo de mangá com convenções visuais que ainda hoje estão presentes em histórias em quadrinhos e desenhos animados japoneses, os anime. O popular estilo mangá/anime apresenta linhas fortes, balões de diálogo expressivos, enquadramentos singulares e efeitos abstratos de fundo que transmitem a atmosfera do momento. Os personagens ganham olhos grandes, bocas pequenas e detalhes emotivos, como gotas de suor para mostrar ansiedade, veias saltadas para raiva e linhas paralelas fortes para demonstrar horror ou repulsa. Nesta exposição, alguns dos artistas que trabalham com esse estilo são Kenichiro Mizuno, Katsuya Terada e Motohiro Hayakawa. 

Heta-uma
Na década de 1970 teve início um movimento de mangá underground com a revista Garo, na qual os artistas criavam ilustrações que intencionalmente pareciam mal desenhadas em comparação com a estética elegante do mangá popular. Conhecido como heta-uma (“mal desenhado, mas bem concebido”), o estilo foi liderado e promovido por Teruhiko Yumura, Yoshikazu Ebisu e Takashi Nemoto. Esse estilo validou o trabalho de muitos dos jovens artistas gráficos e de mangá contemporâneos, cujas obras parecem pouco lapidadas, mas são muito expressivas do ponto de vista emocional. Nesta exposição, embora seu estilo seja altamente refinado, a artista Suzy Amakane aderiu ao espírito do heta-uma.  

Pop Art
O movimento pop art, que surgiu na década de 1950 nos Estados Unidos e no Reino Unido, chegou ao Japão logo em seguida. A habilidade de Andy Warhol de unir o mundo da arte comercial com as belas-artes inspirou Keiichi Tanaami, cujos designs ousados e dinâmicos são repletos de figuras oníricas, temas populares e personagens poderosos. Nessa mesma linha, as cenas fantásticas de batalhas de Motohiro Hayakawa evocam a pop art psicodélica dos anos 1960 e 1970. As imagens brilhantes de Harumi Yamaguchi de mulheres fortes e livres enfeitaram as campanhas publicitárias japonesas nas décadas de 1970 e 1980, enquanto as cenas vívidas à beira da piscina de Hiroshi Nagai tornaram-se imagens icônicas, exibidas em capas de álbuns da década de 1980.  

Fotorrealismo
O movimento do fotorrealismo foi desenvolvido nos Estados Unidos nas décadas de 1960 e 1970 a partir da pop art, especialmente em resposta ao expressionismo abstrato e à profusão da fotografia. Também inspirou artistas japoneses, entre os quais Hajime Sorayama, que retratou robôs femininos e dinossauros mecânicos com detalhes luminosos, e Yoko Kawamoto, que transforma pilhas de sucata e pedreiras em paisagens hiper-realistas. Recentemente, Mayu Yukishita tem recriado uma realidade mais sombria com suas pinturas “super-realistas”. 

SERVIÇO: 
Exposição “WAVE - Novas correntes nas artes gráficas japonesas”
Japan House São Paulo - Segundo andar
Período: de 22 de fevereiro a 1º de maio de 2022
Reserva online antecipada (opcional): Japan House (japanhousesp.com.br)
A exposição conta com recursos de acessibilidade. 

Japan House São Paulo – Avenida Paulista, 52
Horário de funcionamento: terça a sexta, das 10h às 18h; sábados, das 9h às 19h; domingos e feriados, das 9h às 18h.
Entrada gratuita.
Obrigatoriedade da apresentação do comprovante de vacinação (visitantes acima de 18 anos com, pelo menos, 2 doses do imunizante e de 12 a 18 anos, no mínimo, 1 dose)
※Devido ao coronavírus, a instituição está funcionando com capacidade reduzida. Para mais informações, acesse o site da Japan House São Paulo. 

Confira as mídias sociais da Japan House São Paulo:
Site: https://www.japanhousesp.com.br 
Instagram: https://www.instagram.com/japanhousesp  
Twitter: https://www.twitter.com/japanhousesp 
YouTube: https://www.youtube.com/japanhousesp 
Facebook: https://www.facebook.com/japanhousesp
LinkedIn: https://www.linkedin.com/company/japanhousesp 

Sobre a Japan House São Paulo (JHSP)
A Japan House é uma iniciativa internacional com a finalidade de ampliar o conhecimento sobre a cultura japonesa da atualidade e divulgar políticas governamentais. Inaugurada em 30 de abril de 2017, a Japan House São Paulo foi a primeira a abrir suas portas, seguida pelas unidades de Londres e Los Angeles. Estabelecida como um dos principais pontos de interesse da celebrada Avenida Paulista, a JHSP destaca em sua fachada proposta pelo arquiteto Kengo Kuma, a arte japonesa do encaixe usando a madeira Hinoki. Desde 2017, a instituição promoveu mais de trinta exposições e cerca de mil eventos em áreas como arquitetura, tecnologia, gastronomia, moda e arte, para os quais recebeu mais de dois milhões de visitantes. A oferta digital da instituição foi impulsionada e diversificada durante a Pandemia de Covid-19, atingindo mais de sete milhões de pessoas em 2020. No mesmo ano, expandiu geograficamente suas atividades para outros estados brasileiros e países da América Latina. A JHSP é certificada pelo LEED na categoria Platinum, o mais alto nível de sustentabilidade de edificações; e pelo Bureau Veritas com o selo SafeGuard - certificação de excelência nas medidas de segurança sanitária contra a Pandemia de Covid-19.  


Nenhum comentário: