Divulgação
Foi aberta nesta quinta-feira (1) a exposição intitulada “I
Salão de Humor 45 anos depois”, no mesmo espaço em que foi realizado o primeiro
Salão, na Praça José Bonifácio, 805.
A promoção é da AHA, CEDHU, Semactur, com
apoio da Usecred, Frias Neto, jornal Piracicaba Hoje e vários apoiadores. Ela
poderá ser visitada até dia 30 de agosto, das 9h às 17h nos dias de semana e
das 9h às 12h aos sábados.
Na noite de sábado, dia 24 de agosto de
1974, o Salão de Humor abria suas portas pela primeira vez, com pouco mais de
100 trabalhos expostos e uma mostra paralela dos cartuns censurado d ´O Pasquim
e uma outra, de uma artista gráfica Hilde Weber, que publicava no jornal O
Estado de S.Paulo.
POR QUE PIRACICABA?
Piracicaba mantém um rico e amplo painel
de atividades culturais que a identificam como uma das cidades mais pujantes
neste setor no Estado de São Paulo e no País.
Pouco depois do carnaval de 1974, um
grupo de jornalistas da cidade, liderado pelo professor Alceu Marozzi Righeto e
composto por jovens jornalistas como Carlos Colonese e por Adolpho Queiroz, foi
fazer uma entrevista com jornalistas e convidados que participaram como jurados
dos festejos de carnaval na cidade naquele ano.
“O contato com o jornalista José Maria do
Prado, do então jornal Última Hora de São Paulo, foi extremamente frutífero e
foi naquela tarde que ouvimos a intenção do Alceu naquela conversa. Ele pediu
ao jornalista da UH se poderia nos colocar em contato com o pessoal do Pasquim
no Rio de Janeiro, pois tínhamos a intenção de organizar um Salão de Humor
naquele ano em Piracicaba.
Anteriormente, no Salão de Arte Contemporânea da cidade, houve uma
tentativa de realizar uma mostra paralela de cartuns d`O Pasquim. Enquanto
isso, Alceu, Carlos e eu viajamos a São Paulo e num almoço organizado pelo
jornalista José Maria do Prado, conhecemos o Zélio Alves Pinto, cujo irmão,
Ziraldo pilotava o projeto político e administrativo d´O Pasquim”, diz Adolpho.
“O Zélio nos convidou para irmos a casa
dele e enquanto conversávamos sobre a ideia do Salão, ele fixou a ponta de um
compasso sobre o nome da cidade ―Piracicaba num mapa e foi formando círculos
concêntricos, mostrando de que forma o nosso salão cresceria. Naquele dia,
chegou com o compasso até o Rio Amazonas, não conseguiu pular o mar. Dois ou
três anos depois, o salão viria a se tornar internacional. Mas, depois desse dia, Zélio nos apresentou
ao irmão ilustre, o Ziraldo que prontamente concordou com duas ideias: a de nos
receber lá n ´O Pasquim no Rio de Janeiro e de nos enviar, para o I Salão, uma
mostra de cartuns proibidos pela censura da época”, completa Adolpho.
O I Salão de Humor de Piracicaba, em
agosto de 1974, abriu suas portas e representou um gesto de respeito de uma
cidade culturalmente e politicamente ativa na época, às artes e ao humor
gráfico, às figuras que lhe davam sentido na época – os pasquineiros Ziraldo,
Jaguar, Fortuna e Millor Fernandes – e, mais especialmente, às novas gerações
de artistas que com suas ―penas e brilhos – ajudaram a inquietar a ditadura
militar na época. “Tivemos o nosso primeiro premiado: o jovem e irreverente
Laerte Coutinho”.
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