sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Salão de Humor volta às origens na Praça José Bonifácio

Divulgação

Foi aberta nesta  quinta-feira (1) a exposição intitulada “I Salão de Humor 45 anos depois”, no mesmo espaço em que foi realizado o primeiro Salão, na Praça José Bonifácio, 805.

A promoção é da AHA, CEDHU, Semactur, com apoio da Usecred, Frias Neto, jornal Piracicaba Hoje e vários apoiadores. Ela poderá ser visitada até dia 30 de agosto, das 9h às 17h nos dias de semana e das 9h às 12h aos sábados.

Na noite de sábado, dia 24 de agosto de 1974, o Salão de Humor abria suas portas pela primeira vez, com pouco mais de 100 trabalhos expostos e uma mostra paralela dos cartuns censurado d ´O Pasquim e uma outra, de uma artista gráfica Hilde Weber, que publicava no jornal O Estado de S.Paulo.

POR QUE PIRACICABA?

Piracicaba mantém um rico e amplo painel de atividades culturais que a identificam como uma das cidades mais pujantes neste setor no Estado de São Paulo e no País.

Pouco depois do carnaval de 1974, um grupo de jornalistas da cidade, liderado pelo professor Alceu Marozzi Righeto e composto por jovens jornalistas como Carlos Colonese e por Adolpho Queiroz, foi fazer uma entrevista com jornalistas e convidados que participaram como jurados dos festejos de carnaval na cidade naquele ano.

“O contato com o jornalista José Maria do Prado, do então jornal Última Hora de São Paulo, foi extremamente frutífero e foi naquela tarde que ouvimos a intenção do Alceu naquela conversa. Ele pediu ao jornalista da UH se poderia nos colocar em contato com o pessoal do Pasquim no Rio de Janeiro, pois tínhamos a intenção de organizar um Salão de Humor naquele ano em Piracicaba.  Anteriormente, no Salão de Arte Contemporânea da cidade, houve uma tentativa de realizar uma mostra paralela de cartuns d`O Pasquim. Enquanto isso, Alceu, Carlos e eu viajamos a São Paulo e num almoço organizado pelo jornalista José Maria do Prado, conhecemos o Zélio Alves Pinto, cujo irmão, Ziraldo pilotava o projeto político e administrativo d´O Pasquim”, diz Adolpho.

“O Zélio nos convidou para irmos a casa dele e enquanto conversávamos sobre a ideia do Salão, ele fixou a ponta de um compasso sobre o nome da cidade ―Piracicaba num mapa e foi formando círculos concêntricos, mostrando de que forma o nosso salão cresceria. Naquele dia, chegou com o compasso até o Rio Amazonas, não conseguiu pular o mar. Dois ou três anos depois, o salão viria a se tornar internacional.  Mas, depois desse dia, Zélio nos apresentou ao irmão ilustre, o Ziraldo que prontamente concordou com duas ideias: a de nos receber lá n ´O Pasquim no Rio de Janeiro e de nos enviar, para o I Salão, uma mostra de cartuns proibidos pela censura da época”, completa Adolpho.

O I Salão de Humor de Piracicaba, em agosto de 1974, abriu suas portas e representou um gesto de respeito de uma cidade culturalmente e politicamente ativa na época, às artes e ao humor gráfico, às figuras que lhe davam sentido na época – os pasquineiros Ziraldo, Jaguar, Fortuna e Millor Fernandes – e, mais especialmente, às novas gerações de artistas que com suas ―penas e brilhos – ajudaram a inquietar a ditadura militar na época. “Tivemos o nosso primeiro premiado: o jovem e irreverente Laerte Coutinho”.


Nenhum comentário: