Um projeto de extensão universitária do
curso de enfermagem da Universidade Estadual Paulista(Unesp) de Botucatu (SP)
mudou a forma como as crianças, diagnosticadas com mielomeningocele, encaram a
doença que exige muitos cuidados. Os pequenos leem as histórias em quadrinhos e
passam a ter uma visão bem diferente da história.
“Além de ter a história da doença
aqui, também explica porque ele tem que fazer o cateterismo intermitente. Ele
pode mostrar para as outras pessoas a necessidade de realizar esse
procedimento. Isso vai ajudar muito, é uma maneira simples, clara e lúdica”,
explica a enfermeira Maria Virginia.
Um dos sintomas da doença é que o cérebro
e a bexiga não se comunicam, então a criança precisa urinar, mas não tem
vontade. Por isso precisa usar sonda de quatro a cinco vezes por dia para
esvaziar a bexiga. Uma rotina difícil, mas que o pessoal do Hospital das
Clínicas deu um jeitinho de facilitar. Eles criaram uma história em quadrinhos
em que o personagem, o Juca, é portador da mielomeningocele e viaja
por dentro do aparelho urinário. Nas ilustrações ele mostra que o uso da sonda
não deve ser um problema para a criançada.
“Porque muitas crianças fazem isso
durante toda a vida, várias vezes ao dia. Muitas vezes não tem local adequado
para se fazer ou não tem o apoio para realizar o cateterismo. É a mesma coisa
que ir ao banheiro, a gente vai ao banheiro várias vezes ao dia e eles têm que
fazer o cateterismo várias vezes ao dia”, conta a enfermeira Marla Garcia.
Os sintomas dessa doença aparecem quando
criança. “Você pode ter desde um pé torto, que é mais comum, até uma paralisia
dos membros inferiores, que as crianças não conseguem nem andar”, explica o
urologista João Luiz Amaro.
O médico explica que um jeito de prevenir
a doença é a mãe ter o hábito de comer farinha antes da gravidez, que é
composta também pelo ácido fólico. “A gente sabe que quando a mãe começa a
ingerir o ácido fólico antes de engravidar, isso faz com que a chance da
mielomeningocele ser bem menor. É um problema de saúde pública, que deve ser
dito e discutido.”
O Gabriel Gonçalves adorou a história e
graças ao “Juca”, a sonda não é mais um incomodo nem para ele, nem para a mãe.
“Ele aprendeu fazer sozinho, embora eu ainda faça a maioria das vezes a
sondagem. Ele ficou bem contente com o livrinho e com a explicação delas.
Ajudou muito”, afirma a mãe do Gabriel, Vanda Gonçalves.
A matéria apresentada também em vídeo
pode ser vista no G1 clicando aqui. Visto: Michelle Ramos.
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