Retrogênese insere-se em um gênero de quadrinhos batizado por mim, Edgar
Franco, de “poético-filosófico”, classificado como genuinamente brasileiro e
definido pelo saudoso pesquisador Professor Dr. Elydio dos Santos Neto em seu
pós-doutorado na Unesp.
Este gênero é caracterizado por algumas particularidades, a primeira delas é o uso de um texto mais vinculado à poesia do que à prosa, a segunda é o fato de incluírem argumentos com intenção filosófica deliberada, e a terceira o forte experimentalismo de linguagem. Os quadrinhistas poético-filosóficos costumam assumir as HQs como uma forma de arte com possibilidades ilimitadas, distanciando-se do conceito desgastado de que os quadrinhos são uma forma vazia de entretenimento de massa. Seus trabalhos são voltados para um público que encare as HQs não só como divertimento inócuo, mas como fonte de reflexão e deleite estético.
Este gênero é caracterizado por algumas particularidades, a primeira delas é o uso de um texto mais vinculado à poesia do que à prosa, a segunda é o fato de incluírem argumentos com intenção filosófica deliberada, e a terceira o forte experimentalismo de linguagem. Os quadrinhistas poético-filosóficos costumam assumir as HQs como uma forma de arte com possibilidades ilimitadas, distanciando-se do conceito desgastado de que os quadrinhos são uma forma vazia de entretenimento de massa. Seus trabalhos são voltados para um público que encare as HQs não só como divertimento inócuo, mas como fonte de reflexão e deleite estético.
Quando surgiu a oportunidade de efetivar
uma parceria com quadrinhista mineiro Al Greco, pensei que ele seria o artista
ideal para desenvolver Retrogênese. O clima onírico e telúrico da relação do
personagem central com seu planeta foi captado com maestria pelo artista. A
opção desafiadora de não utilizar requadros já foi tomada no capítulo inicial e
eles são abolidos em detrimento de uma fusão dinâmica das cenas numa única
imagem por página.
Em Retrogênese parto de alguns conceitos
recorrentes em minha obra como a noção de solitude cósmica, a harmonia do
selvagem com a natureza, a plenitude do conhecimento inata ao ser, e finalmente
as relações interpessoais – que geram rancor, dúvida, ódio, morte, guerras,
dor, sofrimento, mas também amor, doçura e compaixão. Desses conceitos surgiu o
argumento geral sobre um ser solitário que nasce em um planeta distante e vive
feliz e em completa harmonia com a natureza.
Sua plenitude é quebrada
quando ele se depara com outro ser, surgindo em seu âmago sentimentos antes
inconcebíveis como solidão, sofrimento, confusão e dor – faço alusão direta ao
surgimento do ego no ser, e com ele nascem também todos os desejos e
ansiedades. Quanto aos demais detalhes e simbologias do texto, eles foram
surgindo intuitivamente durante o momento em que eu escrevia o roteiro. Ao
elaborar a arte, Al Greco seguiu o mesmo processo de criação, partindo de uma
base e permitindo que sua intuição atuasse criando inúmeros novos detalhes. O
álbum inclui, além da HQ completa, o meu roteiro original, um manuscrito que
incluiu alguns apontamentos desenhados.
O LANÇAMENTO EM SÃO PAULO:
O lançamento de Retrogênese será
realizado dia 12 de novembro de 2014, na GIBITERIA, loja especializada em
quadrinhos de São Paulo. A Gibiteria fica Localizada na Praça Benedito Calixto
em Pinheiros, n. 158, 1º Andar, São Paulo. O lançamento acontecerá das 19:00 às
22:30. Na mesma noite estarão presentes Matheus Moura e Gian Danton, também
lançando seus novos álbuns O.R.L.A. & Família Titã, eles participarão de um
bate papo ao lado de Edgar Franco, que será mediado pelo quadrinhista Gazy
Andraus e versará sobre o processo criativo das obras. Maiores informações: www.posthumantantra. legatusrecords.net. EMT -
Divulgalção
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