Em Amazônia de Euclides, o jornalista Daniel Piza refaz a viagem realizada por Euclides da Cunha (1866-1909) no ano de 1905 ? quando foi designado para liderar a comitiva mista brasileiro-peruana de reconhecimento do Alto Purus? e faz uma leitura comparativa da época com a realidade do local hoje. Além de realizar um detalhado levantamento daquele rio, Euclides também fez uma importante análise histórica, social e geográfica do extremo oeste da Amazônia. Tal viagem permitiu que o escritor fosse o primeiro a fazer uma leitura da "sociedade seringueira", denunciando a exploração a que era submetida. E, em 2009, ano marcado também pelo centenário de morte do escritor de "Os Sertões", Piza juntamente com o fotógrafo Tiago Queiroz cruzou o rio Purus e repetiu o trecho final do trajeto do autor, com a finalidade de contemplar e eleger os pontos que tiveram relevância dentro do itinerário euclidiano. Dentro da reconstituição atual, o autor contempla os pontos mencionados por Euclides da Cunha, e elege os que realmente foram relevantes para assinalar diferenças e semelhanças importantes na paisagem física, social e econômica entre a Amazônia de 1905 e a atual. Estagnação econômica, o advento da religião evangélica e a volta dos índios kaxinawá e kulina (que, na época de Euclides, se embrenharam na floresta para fugir dos caucheiros e donos de seringais) estão entre as principais relevâncias percebidas por Piza, 104 anos após o percurso de Euclides. Com 192 páginas, o livro amplia e adensa a matéria especial publicada em 5 de abril de 2009, no jornal O Estado de São Paulo. A reportagem integra o projeto multimídia com textos e fotos enviados ao jornal e blog, bem como boletins e programas de rádio, além de um documentário - exibido pela TV Cultura em agosto de 2009.
Visto no site: www.bancocultural.com.br
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