Por Moacir Torres
...Em 1984 a responsável pelo suplemento infantil do Diário do Grande ABC (Solange Dotto), me procurou para que eu fizesse as ilustrações do Diarinho. Aceitei a proposta dela e ilustrei o suplemento durante todo o ano. Nesse mesmo período resolvi produzir um show “Gabi TV Show”, com vários bonecos meus e artistas mirins da época. Fizemos shows em circos, escolas, clubes e até na antiga FEBEM do Tatuapé. Para mim que era um cartunista, a experiência foi muito boa, pois a gurizada que fazia parte do espetáculo gostava muito de mim, por isso que enquanto durou o Gabi TV Show, foi muito bom. Continuei a desenhar, e nesse mesmo ano lancei no Salão de Humor de Piracicaba o livro “Humor Já”, com tiras e cartuns meus. (E por falar em Piracicaba; eu ia visitar o salão desde quando ainda era no velho Teatro de Piracicaba, que ficava no centro da cidade. Em um deles, Já no novo Teatro eu participei um ano com dois desenhos, nessa ocasião conheci uns cartunistas cabeludos que estavam por lá, eram os sensacionais cartunistas Glauco, Pelicano e Angeli.) Passou o tempo fiz contato com o pessoal de um programa infantil da TV Gazeta chamado “Turma do Pipoka”, que era apresentado pelo Wanderley Tribek (Ex-Bozo), e eles me colocaram no programa. Eu fazia desenhos da Turma do Gabi e de personagens fixos do programa numa cartolina, contornava com caneta preta e pintava com giz de cera. Enquanto o programa rolava, eles intercalavam meus desenhos com as atrações, ficava muito bonito. Certo dia apareceu por lá para lançar um disco, o mestre e desenhista Daniel Azulay (autor da Turma do Lambe - Lambe). Ele mesmo é quem usava a fantasia de um de seus bonecos. Naquele dia eu vi como quadrinhista sofre, o coitado do Daniel saiu da apresentação molhadinho de suor. No final de cada programa, eu entregava o desenho para o artista que se apresentava por último (Exemplos: Silvio Brito, Moacir Franco, Patotinhas etc.). Foi muito bom para mim, não ganhava nada, mas me diverti muito e ainda divulguei a minha turminha...
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