HISTÓRIAS DE UM QUADRINHISTA
Por: Moacir Torres
...Eu conheci a primeira revista em quadrinhos com uns nove anos de idade, achei o “Gibi” (A revista Gibi ficou tão conhecida, que todos acham que revista em quadrinhos é um gibi) jogado no lixo juntamente com outras revistas e jornais da época, pois éramos pobres e tínhamos outras necessidades. Agradeci e agradeço até hoje aquela pessoa que ao jogar a revista de HQ no lixo, veio me proporcionar um interesse muito grande pelos quadrinhos. Daquele momento em diante passei a ler mais (Trocava os gibis com meus amigos da escola) e a desenhar os meus próprios gibis, eram um só, que depois mostrava para meus amigos, todos gostavam, elogiavam e me incentivavam a continuar. O dom de desenhar que o nosso mestre maior (Deus) me deu de graça, eu procurei aperfeiçoa-lo, mesmo com as dificuldades que tínhamos. Desde o princípio coloquei em minha mente que seria um desenhista, e um dia faria HQS como aqueles gênios da época: Luiz Sá, Nico Rosso, Eugenio Colonnese, Gedeone Malagola, Ziraldo e muitos outros. Então resolvi me dedicar totalmente a arte do traço, mesmo contrariando meus adoráveis e queridos pais, que achavam que eu estava perdendo o meu tempo com o desenho. É claro que mais tarde viram que a minha persistência, fé determinação e luta foram cruciais para que eu viesse a conseguir até mais do que desejei ou sonhei. Por isso, meus caros amigos, leiam HQS (Brasileiras de preferência), pois a nossa classe artística anda meio desanimada, pois não existem incentivos específicos para que possamos nos entregar de corpo e alma aos quadrinhos, temos que fazer algo paralelo (Ilustrações, Cartuns e Charges) para sobreviver. Estou apostando nessa nova geração de quadrinhistas, para que eles dêem continuidade na nossa luta e mude a história das HQS nacionais. Nessa minha caminhada, já criei a “Turma do Gabi” e mais de cem outros personagens, cheguei a desenhar umas quinhentas páginas de quadrinhos dessa galerinha que já foram publicadas em revistas próprias, em vários jornais do Brasil e do exterior, bem como na internet. Mais de mil revistas de atividades e uma dezena de livros infantis. Dez anos dedicados à arte final na Ed. Abril e mais dez anos ilustrando o suplemento “Diário Criança” do jornal paulista “Diário Popular”. Posso dizer que estou realizado (em parte), pois não vou parar de desenhar HQS tão cedo, quero ver os meus personagens de volta as bancas e livrarias novamente...
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