Moacir Torres e Cláudio Feldman (1980)
HISTÓRIAS DE UM QUADRINHISTA – PARTE 3
Autor: Moacir Torres
...Numa noite de 1975 tive um sonho, nele eu criava e desenhava um garotinho com seu cãozinho que participava de várias aventuras. No outro dia, quando acordei, todo o sonho veio na minha mente, então comecei a esboçar os dois personagens como se alguém desenhasse por mim com tamanha destreza. Fui aperfeiçoando o garotinho (Gabi) e o cãozinho (Fred) e dando forma e vida a eles. No princípio as pessoas achavam estranho o nome de Gabi para um menino, mas com o tempo foi se tornando normal. Em 1976 saí da TV Cultura e fui trabalhar no Jornal Folha Metropolitana em Santo André, lá eu publiquei os meus primeiros desenhos (Cartuns, Charges e Ilustrações). Fiquei pouco tempo no jornal, mas foi o suficiente para adquirir novos conhecimentos. Nesse mesmo ano lancei a revista “Nossa Turma” com os personagens da turma do Kiki-Ju. Com o sucesso de vendas da revista Nossa Turma, resolvi fazer e a revista com as tirinhas em quadrinhos da “Turma do Gabi”, foram impressas cinco mil exemplares que foram distribuídas gratuitamente. Depois do sucesso da revista de tiras os jornais começaram a se interessar pela Turma do Gabi, foi quando comecei a publicar as tiras no Jornal Diário de Bauru e Jornal Riacho Grande. No ano seguinte fiz várias exposições em praças públicas da região do ABC, juntamente com outros artistas que faziam parte do “Mutirão”, movimento artístico que contava com músicos, artistas plásticos, atores de teatro e escritores. Foi num desses eventos do Mutirão que fiquei conhecendo o grande amigo e escritor Cláudio Feldman, além de professor ele já havia publicado alguns livros, fizemos uma grande amizade e uma parceria de vários anos. No ano de 1978 eu e o Cláudio resolvemos criar uma editora independente, a “Taturana”, para publicar nossos trabalhos e de outros artistas da região. Começamos lançando o “Jornal da Taturana”, o alternativo que ultrapassou os 10 anos de publicação. No começo nós fazíamos o jornal da Taturana em mimeografo, o Cláudio datilografava os textos e eu com um artefato de pontas passávamos os desenhos para a matriz. Chegamos a editar dezenas de livros de Poesias, Contos, HQS e Humor dos mais variados autores e nossos também. A diagramação, capa e ilustrações sempre foram feitas por mim, enquanto o Cláudio cuidava da revisão ortográfica. Em 1979 continuei com meu trabalho junto a Editora Taturana e também participei do II Salão Jovem de Arte Contemporânea de Santo André (SP), I Exposição Nacional de Artes de Marília (SP) e III Coletiva de Arte de Rua de Brusque - SC. Nessa mesma época colaborei com o cineasta Aron Feldman na elaboração dos textos para a abertura (Créditos) de alguns filmes feitos por ele. Em 1980 com o apoio de um grande amigo do ramo gráfico, eu lancei a revista “Nanico”, com atividades e HQS da turminha...
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